domingo, 28 de junho de 2009

Alexander Calder



Al cabo, son muy pocas las palabras
que de verdad nos duelen, y muy pocas
las que consiguen alegrar el alma.
Y son también muy pocas las personas
que mueven nuestro corazón, y menos
aún las que lo mueven mucho tiempo.
Al cabo, son poquíssimas las cosas
que de verdad importan en la vida:
poder querer a alguien, que nos quieran
y no morir después que nuestros hijos


Amalia Bautista

Este, surripiei-o daí da net, mas creio que a minha grande amiga a quem o surripiei hoje de manhã não se vai importar, que eu até já tinha dito que um dia o faria, e ela anda tão entretida que nem vai reparar, porque de uma maneira ou de outra (e diria que de várias maneiras, intensidades e sentidos) existem pessoas que nos movem o coração e poucas coisas que realmente importam na vida: as pessoas e o amor, o sorrir e fazer sorrir, o estar sempre lá, mesmo que não estejamos fisicamente, o sabermos aproveitar todos os momentos para fazer dos dias lugares comuns, o sentirmos que nos amam e perceber, aos poucos, qual o caminho percorrer. Sentir a luz e o calor sobre ele, fechar os olhos e sentir/sorrir.
E apeteceu-me, hoje de manhã, partilhar, apesar do dia ter nacido, lá fora, meio cinzento e húmido. Só isso.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sally Gal, Geometry Lesson, 1997.


é preciso perguntar pela perfeição
é preciso perguntar pela perfeição quando nesse
silêncio desembarcam palavras (escrever letras colher
flores) é preciso perguntar pela fronteira quando em
pétalas de begónia se esconde a linha que divide essas
cidades. assim mesmo não existe tempo para cuidar da
terra (L. e eu somos amigos falamos frequentemente
desse inatingível: perder o lugar das coisas ganhar o
silêncio do sítio por elas desocupado). nunca entendi
muito de chuvas mas eis o inverno e no inverno passo
por cima das mais pequenas águas esqueço por isso
a pergunta: qual a regra do acaso? há muito tempo
que a chuva para cair pede licença e pousar palavras
na certeza é um risco. na seiva dessas plantas
reconheces pinheiros? (ou apenas erva daninha).


João Luís Barreto Guimarães
Porto, 1967

terça-feira, 16 de junho de 2009

Esplanada, espectacular, sobre o mar, algures em Vale do Lobo, no final do almoço.


Um dos grandes problemas de vir de férias é a quantidade de trabalho que nos espera. É que às vezes é tão grande que nos leva a pensar em nem sequer ir de férias.
Ou isso, ou não voltar e fazer da vida umas grandes e prolongadas vacaciones...


segunda-feira, 8 de junho de 2009

Baía da Arrifana - Aljezur.


Existem lugares onde a alma parece pertencer e aos quais regressamos, de tempos a tempos, e nos sentimos rejuvenescer.

A Costa Vicentina está repleta deles, por entre as falésias e escarpas, praias de areia branca e cascalho negro, território selvagem que o betão ainda não conquistou, de uma beleza quase sagrada, perdida, como que esquecida, e nos surpreende de todas as vezes que voltamos. Gente de sorriso no olhar e gestos largos.

Existem momentos de extraordinária serenidade e partilha que são impossíveis descrever. Tempo sem tempo algum a registar.

Agora vou rumar a outro destino. Até breve.



Abro uns parênteses, depois de regressada da primeira parte das férias, para deixar aqui mais uma pérola politiqueira... ainda há quem pense assim.
Lamentável!
Das duas uma: ou o senhor está a dizer isto com toda a convicção, e é grave, pois denota um total desconhecimento sobre a questão da homossexualidade, uma falta de sensibilidade e de cultura que é grave em quem tem responsabilidades de governação da coisa pública, mesmo que de uma autarquia (que gere áreas tão importantes e sensíveis como a educação, cultura e acção social), ou então o senhor foi levado pelo "calor do momento" e é capaz de dizer qualquer coisa para ganhar votos.

Seja como for, é grave!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Zimbreirinha, 2007.


A grande chatisse de ir de férias é o trabalho que elas dão até, finalmente, batermos com a porta.
Ele é o trabalho a dobrar no serviço, as horas infindáveis que passamos a terminar mais isto e aquilo (e há sempre qualquer coisa que fica para trás, menos o telemóvel que mói o juízo), as compras, as arrumações em casa (para quando chegar não ter de me matar a trabalhar nas limpezas), passar a ferro, arrumar a roupa, fazer as malas e tentar não me esquecer de nada.
Mas é assim... moídinha mas prestes a zarpar rumo ao sol, e ao mar, e ao cheiro bom das coisas boas, ao sabor bom das coisas deliciosas, ao dolce fare niente, como eu gosto, de vez em quando.
Estes dias poderão confundir-me como uma qualquer lagarto ao sol, arrastando-se da areia para o mar e do mar para areia... Até daqui a uns dias.
(e para quem não vai de férias, bom trabalho. Também há-de vir a vossa vez. É o que vale!).