domingo, 19 de outubro de 2008
Hoje está um dia extraordinário de sol, fresco, um sol raso de manhã de Outono.
Levantei-me com vontade de ir às pinhas, entrar pelo pinhal dentro, onde não há vivalma nem som algum que não seja o do vento nas copas dos pinheiros, dos gaios, melros e pequenas aves, e da caruma seca a quebrar debaixo das botas, e arranjar uma meia dúzia de sacos com pinhas para queimar no Inverno.
Depois, desembocar no mar e terminar com um bom café na esplanada da praia, aquela onde apenas os pescadores vão, agora que parece que o mar está a dar sargos e robalos à linha, longe das histerias dos patins em linha e das bicicletas de domingo de manhã.
Claro que tamanha divagação se deve apenas e só ao facto de não ter tempo para o fazer. Dizia o Variações que bem que se podia fazer hoje (ontem).
Sempre fui assim. Quando mais nova, tendo de estudar, deixava sempre para último, e havia sempre mais alguma coisa interessante para fazer do que estudar, ou fazer os trabalhos de casa. Mesmo depois, quando os estudos começaram a doer, e já depois quando exigiram outro tipo de abordagem, foi assim. É assim. Não mudamos assim tanto, nem com a idade enm com outro tipo de responsabilidades.
Deste modo, e como não vou arriscar a sair daqui (ainda me perco) mergulho numa foto de Janeiro deste ano. É assim que está o dia de hoje. Lindíssimo.
Ai que bem que se deve estar na praia…
Levantei-me com vontade de ir às pinhas, entrar pelo pinhal dentro, onde não há vivalma nem som algum que não seja o do vento nas copas dos pinheiros, dos gaios, melros e pequenas aves, e da caruma seca a quebrar debaixo das botas, e arranjar uma meia dúzia de sacos com pinhas para queimar no Inverno.
Depois, desembocar no mar e terminar com um bom café na esplanada da praia, aquela onde apenas os pescadores vão, agora que parece que o mar está a dar sargos e robalos à linha, longe das histerias dos patins em linha e das bicicletas de domingo de manhã.
Claro que tamanha divagação se deve apenas e só ao facto de não ter tempo para o fazer. Dizia o Variações que bem que se podia fazer hoje (ontem).
Sempre fui assim. Quando mais nova, tendo de estudar, deixava sempre para último, e havia sempre mais alguma coisa interessante para fazer do que estudar, ou fazer os trabalhos de casa. Mesmo depois, quando os estudos começaram a doer, e já depois quando exigiram outro tipo de abordagem, foi assim. É assim. Não mudamos assim tanto, nem com a idade enm com outro tipo de responsabilidades.
Deste modo, e como não vou arriscar a sair daqui (ainda me perco) mergulho numa foto de Janeiro deste ano. É assim que está o dia de hoje. Lindíssimo.
Ai que bem que se deve estar na praia…
sábado, 18 de outubro de 2008
Espólio de Fernando Pessoa impedido de sair de Portugal
Os herdeiros de Fernando Pessoa, proprietários do espólio que vai ser leiloado pela P4 Photography, a 13 de Novembro, consideram a intenção, hoje anunciada pela Biblioteca Nacional de Portugal em classificar os documentos do poeta como Património Nacional, uma "ridicularia política".
Em declarações à Agência Lusa, Miguel Roza, sobrinho de Fernando Pessoa (1888-1935), e um dos proprietários do espólio, em conjunto com a irmã, Manuela Nogueira, considerou a medida "uma tempestade num copo de água nesta altura". "É uma ridicularia política porque os documentos que vão a leilão não são os mais importantes e o Governo vem mostrar agora que está interessado em classificar tudo", comentou. Miguel Roza reagiu desta forma ao facto da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) ter iniciado o processo de classificação do espólio do poeta Fernando Pessoa como Património Nacional, no âmbito da lei de bases do património.
Fonte do gabinete jurídico da Biblioteca Nacional confirmou à Lusa que "foi decretado o início do processo de classificação do espólio" e que todas as entidades detentoras de documentos do poeta foram já informadas. "Tendo sido informados todos os possuidores de documentos de Fernando Pessoa, será colocado anúncio no Diário da República a 23 de Outubro, havendo 20 dias para contestação", explicou Jorge Couto, director da BNP.
Dossier inédito Pessoa-Crowley é destaque no leilão da P4 Segundo esta determinação, todos os possuidores não conhecidos, de documentos de Pessoa, devem dar conhecimento do seu paradeiro à Biblioteca Nacional.
Esta classificação, esclareceu Jorge Couto, "coloca limitações às movimentações dos documentos que nunca poderão sair de Portugal em termos permanentes, mesmo que mudem de proprietários".
Miguel Roza disse que foi notificado há dois dias e que os herdeiros e a leiloeira P4 entregaram o caso a um advogado "porque se trata de uma questão jurídica".
Documentos, livros, cartas, revistas e fotografias de Fernando Pessoa pertencentes aos herdeiros do poeta integram o lote de documentos que estão previstos ir a leilão em Novembro pela leiloeira P4 Photgraphy.
No conjunto está o dossier Pessoa-Crowley - com cerca de 800 páginas - que reúne, entre outros manuscritos, correspondência entre o poeta e o ocultista inglês Aleister Crowley, e a novela policial inacabada que Pessoa escreveu com base no suicídio encenado de Crowley na Boca do Inferno, perto de Cascais, em 1930.
A família detém um espólio disperso que inclui, por exemplo, cerca de trinta livros que foram pertença de Fernando Pessoa, alguns deles oferecidos por outros escritores da época, e que contêm dedicatórias.
Num leilão realizado em Dezembro do ano passado, em Lisboa, um particular adquiriu por 11.000 euros uma fotografia de Fernando Pessoa aos dez anos, com uma dedicatória, oferecida pelo poeta a uma amiga.
17.10.2008 - 15h03 Lusa
...pois é. A questão é que poucas pessoas, muito poucas obras, adquirem o estatuto de património nacional e um reconhecimento cultural inigualável, acabando pertença da cultura de um país.
A verdade é que esse reconhecimento tem um efeito perverso: o valor material que os testemunhos adquirem, muitas vezes atentatório do verdadeiro valor intrínseco das coisas.
Leiloar um conjunto de documentos é simplesmente destruir uma colecção, um fio condutor, um conjunto de bens que contam uma história, que são uma história, que são uma coisa só, com um sentido muito próprio. E não são apenas a informação escrita. São matéria também.
Compreende-se a posição da Biblioteca Nacional. Mas também não se compreende. A colecção pode ser espartilhada na mesma. Só não pode é sair de Portugal…
O que não se compreende também é, por vezes, a falta de diálogo do Estado com certas famílias de pessoas como a de Pessoa. A falta de diálogo com vista à salvaguarda de bens de valor patrimonial e importantíssimo para a cultura Portuguesa. E a falta de dinheiros públicos para utilizar na salvaguarda desta singularidade e unidade.
Por outro lado, o diálogo, por vezes, também é dificultado pela outra parte, mais interessada em rentabilizar papeis que pouco mais devem significar do que dinheiro fácil.
Mas também é legitimo que o rentabilizem. É até mesmo vulgar certos artistas constituírem um bom espólio como garantia de sobrevivência confortável dos seus descendentes.
De qualquer modo, segundo dizem as más-línguas (ou boas) o Ministro da Cultura, recentemente, numa conferência da Casa Fernando Pessoa, já tinha afirmado que medidas deste género pudessem vir a ser tomadas, para evitar que certos bens ou colecções com interesse cultural nacional viessem a sair do país, e segundo consta, também lá estava a sobrinha do poeta. Certo é que, propositado ou não, entendida a mensagem ao não, chegámos ao que chegámos.
Não fico mais descansada. Repito: a colecção vai ser leiloada e espartilhada. Isso também é lamentável.
O sistema está cheio de perversidades.
Os herdeiros de Fernando Pessoa, proprietários do espólio que vai ser leiloado pela P4 Photography, a 13 de Novembro, consideram a intenção, hoje anunciada pela Biblioteca Nacional de Portugal em classificar os documentos do poeta como Património Nacional, uma "ridicularia política".
Em declarações à Agência Lusa, Miguel Roza, sobrinho de Fernando Pessoa (1888-1935), e um dos proprietários do espólio, em conjunto com a irmã, Manuela Nogueira, considerou a medida "uma tempestade num copo de água nesta altura". "É uma ridicularia política porque os documentos que vão a leilão não são os mais importantes e o Governo vem mostrar agora que está interessado em classificar tudo", comentou. Miguel Roza reagiu desta forma ao facto da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) ter iniciado o processo de classificação do espólio do poeta Fernando Pessoa como Património Nacional, no âmbito da lei de bases do património.
Fonte do gabinete jurídico da Biblioteca Nacional confirmou à Lusa que "foi decretado o início do processo de classificação do espólio" e que todas as entidades detentoras de documentos do poeta foram já informadas. "Tendo sido informados todos os possuidores de documentos de Fernando Pessoa, será colocado anúncio no Diário da República a 23 de Outubro, havendo 20 dias para contestação", explicou Jorge Couto, director da BNP.
Dossier inédito Pessoa-Crowley é destaque no leilão da P4 Segundo esta determinação, todos os possuidores não conhecidos, de documentos de Pessoa, devem dar conhecimento do seu paradeiro à Biblioteca Nacional.
Esta classificação, esclareceu Jorge Couto, "coloca limitações às movimentações dos documentos que nunca poderão sair de Portugal em termos permanentes, mesmo que mudem de proprietários".
Miguel Roza disse que foi notificado há dois dias e que os herdeiros e a leiloeira P4 entregaram o caso a um advogado "porque se trata de uma questão jurídica".
Documentos, livros, cartas, revistas e fotografias de Fernando Pessoa pertencentes aos herdeiros do poeta integram o lote de documentos que estão previstos ir a leilão em Novembro pela leiloeira P4 Photgraphy.
No conjunto está o dossier Pessoa-Crowley - com cerca de 800 páginas - que reúne, entre outros manuscritos, correspondência entre o poeta e o ocultista inglês Aleister Crowley, e a novela policial inacabada que Pessoa escreveu com base no suicídio encenado de Crowley na Boca do Inferno, perto de Cascais, em 1930.
A família detém um espólio disperso que inclui, por exemplo, cerca de trinta livros que foram pertença de Fernando Pessoa, alguns deles oferecidos por outros escritores da época, e que contêm dedicatórias.
Num leilão realizado em Dezembro do ano passado, em Lisboa, um particular adquiriu por 11.000 euros uma fotografia de Fernando Pessoa aos dez anos, com uma dedicatória, oferecida pelo poeta a uma amiga.
17.10.2008 - 15h03 Lusa
...pois é. A questão é que poucas pessoas, muito poucas obras, adquirem o estatuto de património nacional e um reconhecimento cultural inigualável, acabando pertença da cultura de um país.
A verdade é que esse reconhecimento tem um efeito perverso: o valor material que os testemunhos adquirem, muitas vezes atentatório do verdadeiro valor intrínseco das coisas.
Leiloar um conjunto de documentos é simplesmente destruir uma colecção, um fio condutor, um conjunto de bens que contam uma história, que são uma história, que são uma coisa só, com um sentido muito próprio. E não são apenas a informação escrita. São matéria também.
Compreende-se a posição da Biblioteca Nacional. Mas também não se compreende. A colecção pode ser espartilhada na mesma. Só não pode é sair de Portugal…
O que não se compreende também é, por vezes, a falta de diálogo do Estado com certas famílias de pessoas como a de Pessoa. A falta de diálogo com vista à salvaguarda de bens de valor patrimonial e importantíssimo para a cultura Portuguesa. E a falta de dinheiros públicos para utilizar na salvaguarda desta singularidade e unidade.
Por outro lado, o diálogo, por vezes, também é dificultado pela outra parte, mais interessada em rentabilizar papeis que pouco mais devem significar do que dinheiro fácil.
Mas também é legitimo que o rentabilizem. É até mesmo vulgar certos artistas constituírem um bom espólio como garantia de sobrevivência confortável dos seus descendentes.
De qualquer modo, segundo dizem as más-línguas (ou boas) o Ministro da Cultura, recentemente, numa conferência da Casa Fernando Pessoa, já tinha afirmado que medidas deste género pudessem vir a ser tomadas, para evitar que certos bens ou colecções com interesse cultural nacional viessem a sair do país, e segundo consta, também lá estava a sobrinha do poeta. Certo é que, propositado ou não, entendida a mensagem ao não, chegámos ao que chegámos.
Não fico mais descansada. Repito: a colecção vai ser leiloada e espartilhada. Isso também é lamentável.
O sistema está cheio de perversidades.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Quando se passa um dia a “ferver”, mas ao mesmo tempo com muita água fria à mistura (a pensar já no fim-de-semana que, finalmente, não se tem grande coisa para fazer, e o que há, até pode esperar para segunda-feira), nos chamam para uma reunião só para responder a uma questão, e se acaba por lá ficar cerca de duas horas e meia com dois tubarões, a querem de nós “opiniões à lá minute” sobre assuntos que carecem de juízos formulados, minimamente estudados e fundamentados, e se sai da sala já a deitar vapor pelos ouvidos, meio a pensar no “dolce fare niente” dos dois dias seguintes, mas logo de seguida com o big boss a passar-nos uma pasta para a mão e a dizer “então aqui a Grafis vai estudar o dossier este fim-de-semana e segunda-feira nós damos uma reposta…”, acaba-se por ficar com uma grande neura e por estorricar por completo todos os neurónios que ainda escapavam ao braseiro.
Assim, e para ver se isto passa, nada melhor que dedicarmo-nos ao lazer, a alguma coisa que não exija grande esforço, motor e mental, de preferência a dar para a parvalheira.
Então aqui está, mais um teste.
Fiz dois, mas como não estou à venda, e acho que o resultado de um deles é especulativo (pois exibe um valor acima daquilo que eu acho que realmente valho) e é por causa destas coisas que hoje estamos como estamos, apresento apenas o resultado de um.
Quem porém conhece a minha caligrafia diria que seria impossível descortinar o que quer que fosse dela… muito menos os traços de personalidade (só se fosse uma certa demência).
Aqui vai:
Você não costuma tomar decisões precipitadamente.
Sempre toma muito cuidado antes de agir e suas atitudes costumam demonstrar um padrão moral que você considera superior.
Idealismo, modéstia, otimismo e afetuosidade estão entre suas principais características.
E até que é verdade, a ajuizar pela questão racional/moral. Já o resto não sei… há quem diga que não, e há quem diga que sim. Eu cá acho que não se pode agradar a gregos e a troianos.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Seduction Style
We don’t know how you figured it out, but you’ve manage to keep your lovers close despite your critical view of the world. Maybe you aren’t cynical. Just a little cautious. Either way, you’ve managed to keep your head on your shoulders. You do have a little bit of misanthropy going on up in there. But hey, when you build your solar powered cabin in the woods everything will be fine.
Its very rare to meet someone so clever that isn’t into taking advantage of romantic or sensitive people. Your best seduction move, be your honest and insightful self. A straight shooter, (even a slightly damage straight shooter) is a fine catch for anyone.
aqui
We don’t know how you figured it out, but you’ve manage to keep your lovers close despite your critical view of the world. Maybe you aren’t cynical. Just a little cautious. Either way, you’ve managed to keep your head on your shoulders. You do have a little bit of misanthropy going on up in there. But hey, when you build your solar powered cabin in the woods everything will be fine.
Its very rare to meet someone so clever that isn’t into taking advantage of romantic or sensitive people. Your best seduction move, be your honest and insightful self. A straight shooter, (even a slightly damage straight shooter) is a fine catch for anyone.
aqui
Damien Hirst, Golden Calf, 2008
Crise?
Qual crise?!
Sinto-me tentada a concordar com o nosso Primeiro. Não estamos em crise.
A prova-lo o Leilão da Sotheby's de 15 e 16 de Setembro.
Golden Calf de Damien Hirst rendeu a melódica quantia de 13 112 000€ (sim! São milhões!), The Dream 2 962 000€, e mais umas quatro na ordem do meio milhão de euros cada.
No total, o leilão rendeu 140 300 000€…
Sim, são números inimagináveis para a grande maioria de nós, tal como são os vinte mil milhões de euros do fundo de garantia para Portugal, e os quinhentos mil milhões da Alemanha, e por aí fora.
Sabem o que vos digo?
Dediquem-se às artes plásticas, especulem em torno das obras, façam fortuna em alguns meses.
Ou então, esqueçam a loucura e a fortuna e emigrem para uma ilha qualquer ali para os lados da Polinésia, já que as das águas do Pacifico andam meio turbulentas nos últimos tempos.
Qual crise?!
Sinto-me tentada a concordar com o nosso Primeiro. Não estamos em crise.
A prova-lo o Leilão da Sotheby's de 15 e 16 de Setembro.
Golden Calf de Damien Hirst rendeu a melódica quantia de 13 112 000€ (sim! São milhões!), The Dream 2 962 000€, e mais umas quatro na ordem do meio milhão de euros cada.
No total, o leilão rendeu 140 300 000€…
Sim, são números inimagináveis para a grande maioria de nós, tal como são os vinte mil milhões de euros do fundo de garantia para Portugal, e os quinhentos mil milhões da Alemanha, e por aí fora.
Sabem o que vos digo?
Dediquem-se às artes plásticas, especulem em torno das obras, façam fortuna em alguns meses.
Ou então, esqueçam a loucura e a fortuna e emigrem para uma ilha qualquer ali para os lados da Polinésia, já que as das águas do Pacifico andam meio turbulentas nos últimos tempos.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Ghada Amer, And the Beast, 2004
“Regresso à terra de onde nunca devia ter partido, mas parti, regresso às raízes que nunca devia ter cortado, mas cortei, regresso à casa da qual saí em demanda de mim próprio mas à qual retorno porque o meu objectivo na vida, afinal, é apenas o que me tornar bom filho.”
Rui Zink in Revista Egoísta, Setembro 2008.
vendo bem, o quadro não tem nada a ver com o texto. mesmo nada. em comum só a linearidade longa do tempo em que os descobri. e gostei. só isso.
Rui Zink in Revista Egoísta, Setembro 2008.
vendo bem, o quadro não tem nada a ver com o texto. mesmo nada. em comum só a linearidade longa do tempo em que os descobri. e gostei. só isso.
domingo, 12 de outubro de 2008
Há uma casa fora de mim, aonde regresso, que tem raízes e seiva. Uma casa de palavras que retemperam e curam. Como um casulo.
Voltar a Daniel Faria:
Voltar a Daniel Faria:
De neblina somos. Vaidade, faísca
Faúlha daquilo que se extingue, o que se apaga
Inumerável nada
Apedrejas-me com a mesma pedra que me dás
Para o descanso
Pisam-me os cascos do veado em chamas
As hastes emaranhadas no lume
Pelo tacto procuro o caminho das águas
Cego - e os olhos a quererem abrir-se
Como as chagas
Danial Faria, Livro dos Solilóquios.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Alguém está à espera de um milagre hoje? Daqui a umas horas? Lá para meio do dia?
Alguém está à espera de um pouco de humanidade, cidadania e democracia lá para os lados de São Bento?
Não.
Milagres são feitos de pessoas de bem, de pessoas responsáveis, integras e justas. Não são feitos de pessoas hipócritas, amputadas e de vistas curtas. Nem tão pouco de politiqueiros que podem ter tudo (eles pensam), menos as qualidades requeridas, as mais nobres e valiosas que um ser humano pode aspirar a ter (eu nem sei como se conseguem olhar ao espelho de manhã).
Ninguém espere milagres daquelas bandas, nem mesmo a mais simples, justa e nobre legitimação de direitos universais.
Por vezes gostava que se olhassem certas coisas com os olhos com que se olha para a coisa económica, com frieza, com objectividade, com pragmatismo, com total ausência de comoção...
Tanto como por vezes gostava que se olhasse para a coisa económica, do ponto de vista dos valores humanos, do bem-estar universal, ao invés do da materialidade e do individualismo.
Anda tudo às avessas… vamos ver onde no leva este carrossel de pedantes.
Alguém está à espera de um pouco de humanidade, cidadania e democracia lá para os lados de São Bento?
Não.
Milagres são feitos de pessoas de bem, de pessoas responsáveis, integras e justas. Não são feitos de pessoas hipócritas, amputadas e de vistas curtas. Nem tão pouco de politiqueiros que podem ter tudo (eles pensam), menos as qualidades requeridas, as mais nobres e valiosas que um ser humano pode aspirar a ter (eu nem sei como se conseguem olhar ao espelho de manhã).
Ninguém espere milagres daquelas bandas, nem mesmo a mais simples, justa e nobre legitimação de direitos universais.
Por vezes gostava que se olhassem certas coisas com os olhos com que se olha para a coisa económica, com frieza, com objectividade, com pragmatismo, com total ausência de comoção...
Tanto como por vezes gostava que se olhasse para a coisa económica, do ponto de vista dos valores humanos, do bem-estar universal, ao invés do da materialidade e do individualismo.
Anda tudo às avessas… vamos ver onde no leva este carrossel de pedantes.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Este blog está solidário com todos os trabalhadores da Função Pública e em greve.
Reivindica:
Melhores salários;
Vínculos de nomeação para todos os trabalhadores;
Revogação do regime de mobilidade especial e sem precariedade;
Carreiras dignas;
Avaliação justa e sem quotas;
Acima de tudo reclama:
Por uma alteração geral à legislação portuguesa para acabar de vez com a profissão de Politico profissional, limitando para um determinado número de anos (8 a 12 anos) a ocupação de um cargo político, seja ele qual for, e o dobro dos anos para poder voltar a ocupar um cargo;
Que não seja legalmente permitida a promiscuidade político-partidária/profissional de alguns militantes/trabalhadores no que se refere a funções e a cargos públicos e politicos;
Por uma renovação imediata de políticos e candidatos a políticos profissionais, por cidadãos, profissionais especializados das mais variadas áreas, que possibilitem ao país uma gestão profissional dos interesses dos cidadãos e do Estado, em prol do bem-estar geral, independente do bem-estar e interesses económicos e partidários de alguns.
Por honestidade politica e ideológica, por uma real e irreversível assunção dos valores ideológicos de cada partido pelos respectivos políticos e candidatos, bem como a implementação de politicas estruturais e conjunturais em função da ideologia que cada um defende, (ou deveria ter preocupações em defender);
Pela legalidade de todos os direitos consagrados na constituição portuguesa que ainda são vedados a muitos.
Por seriedade política, muita seriedade política, e por vergonha, muita vergonha!
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