terça-feira, 17 de maio de 2011
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Agora, descansa em paz.
domingo, 24 de abril de 2011
segunda-feira, 11 de abril de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
O peito do meu amor
Parece um só, mas não é:
São duas pinhinhas verdes
Nascidas no mesmo pé.
Ó pinheirinho da ermida,
Dois galhos e um tronco escuro,
És o missal do meu bem:
Firme ser por ti lhe juro.
Tenho uma arca de pinho
Com dois corações ao centro,
Toda cheia de mentiras
Das cartas que lá estão dentro.
A minha burra já sabe
O carreiro do pinhal:
Levou-me singela um dia
E trouxe-me tal e qual.
Perguntei à pinha seca
Que me diria queimada:
Desfez-se em fonas de fogo;
Quem ama é sempre enganada.
O meu bem é serrador,
Deu-me uma saia de folhos ;
Mas serra sempre de baixo:
Cai-lhe o farelo nos olhos.
Ó pinha do verde ramo,
De olhos tenrinhos, fechados:
Não os abras, que os abertos
Chamam-se desenganados.
Nasceu-me um pinheiro à porta
Quando tive o meu menino:
Um cresceu, outro casou-se…
Já sou avó… É destino.
Vitorino Nemésio
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Brasa e carvão, centelha e lume, oceano e areia,
Aspiram a formar um todo, — em cada assomo
A nossa aspiração mais violenta se ateia...
Como a onda e o vento, a Lua e a noite, o orvalho
[e a selva
— O vento erguendo a vaga, o luar doirando a
[noite,
Ou o orvalho inundando as verduras da relva —
Cheio de ti, meu ser de eflúvios impregnou-te!
Como o lilás e a terra onde nasce e floresce,
O bosque e o vendaval desgrenhando o arvoredo,
O vinho e a sede, o vinho onde tudo se esquece,
— Nós dois, de amor enchendo a noite do degredo,
Como partes dum todo, em amplexos supremos
Fundindo os corações no ardor que nos inflama,
Para sempre um ao outro, Eu e Tu, pertencemos,
Como se eu fosse o lume e tu fosses a chama...
António Feijó, in 'Sol de Inverno'
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
2 Fevereiro 2011
Ressureição dos Mortos, Sainte-Chapelle, Paris, França
4Ouvindo isto, Jesus disse: «Esta doença não é de morte, mas sim para a glória de Deus, manifestando-se por ela a glória do Filho de Deus.» 5Jesus era muito amigo de Marta, da sua irmã e de Lázaro. 6Mas, quando recebeu a notícia de que este estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde se encontrava. 7Só depois é que disse aos discípulos: «Vamos outra vez para a Judeia.» 8Disseram-lhe os discípulos: «Rabi, há pouco os judeus procuravam apedrejar-te, e Tu queres ir outra vez para lá?» 9Jesus respondeu: «Não tem doze horas o dia? Se alguém anda de dia, não tropeça, porque tem a luz deste mundo. 10Mas, se andar de noite, tropeça, porque não tem a luz com ele.»
11Depois de ter pronunciado estas palavras, acrescentou: «O nosso amigo Lázaro está a dormir, mas Eu vou lá acordá-lo.» 12Os discípulos disseram então: «Senhor, se ele dorme, vai curar-se!» 13Mas Jesus tinha falado da sua morte, ao passo que eles julgavam que falava do sono natural. 14Então, Jesus disse-lhes claramente: «Lázaro morreu; 15e Eu, por amor de vós, estou contente por não ter estado lá, para assim poderdes crer. Mas vamos ter com ele.» 16Tomé, chamado Gémeo, disse aos companheiros: «Vamos nós também, para morrermos com Ele.»
17Ao chegar, Jesus encontrou-o sepultado havia quatro dias. 18Betânia ficava perto de Jerusalém, a quase uma légua, 19e muitos judeus tinham ido visitar Marta e Maria para lhes darem os pêsames pelo seu irmão. 20Logo que Marta ouviu dizer que Jesus estava a chegar, saiu a recebê-lo, enquanto Maria ficou sentada em casa.
21Marta disse, então, a Jesus: «Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido. 22Mas, ainda agora, eu sei que tudo o que pedires a Deus, Ele to concederá.» 23Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará.» 24Marta respondeu-lhe: «Eu sei que ele há-de ressuscitar na ressurreição do último dia.» 25Disse-lhe Jesus: «Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá. 26E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá para sempre. Crês nisto?» 27Ela respondeu-lhe: «Sim, ó Senhor; eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo.»
28Dito isto, voltou a casa e foi chamar sua irmã, Maria, dizendo-lhe em voz baixa: «Está cá o Mestre e chama por ti.» 29Assim que ela ouviu isto, levantou-se rapidamente e foi ter com Ele. 30Jesus ainda não tinha entrado na aldeia, mas permanecia no lugar onde Marta lhe viera ao encontro. 31Então, os judeus que estavam com Maria, em casa, para lhe darem os pêsames, ao verem-na levantar-se e sair à pressa, seguiram-na, pensando que se dirigia ao túmulo para aí chorar. 32Quando Maria chegou ao sítio onde estava Jesus, mal o viu caiu-lhe aos pés e disse-lhe: «Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido.» 33Ao vê-la a chorar e os judeus que a acompanhavam a chorar também, Jesus suspirou profundamente e comoveu-se. 34Depois, perguntou: «Onde o pusestes?» Responderam-lhe: «Senhor, vem e verás.»
35Então Jesus começou a chorar. 36Diziam os judeus: «Vede como era seu amigo!» 37Mas alguns deles murmuravam: «Então, este que deu a vista ao cego não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?»
38Jesus, suspirando de novo intimamente, foi até ao túmulo. Era uma gruta fechada com uma pedra. 39Disse Jesus: «Tirai a pedra.» Marta, a irmã do defunto, disse-lhe: «Senhor, já cheira mal, pois já é o quarto dia.» 40Jesus replicou-lhe: «Eu não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?» 41Quando tiraram a pedra, Jesus, erguendo os olhos ao céu, disse: «Pai, dou-te graças por me teres atendido. 42Eu já sabia que sempre me atendes, mas Eu disse isto por causa da gente que me rodeia, para que venham a crer que Tu me enviaste.»
43Dito isto, bradou com voz forte: «Lázaro, vem cá para fora!» 44O que estava morto saiu de mãos e pés atados com ligaduras e o rosto envolvido num sudário. Jesus disse-lhes: «Desligai-o e deixai-o andar.»