Brasa e carvão, centelha e lume, oceano e areia,
Aspiram a formar um todo, — em cada assomo
A nossa aspiração mais violenta se ateia...
Como a onda e o vento, a Lua e a noite, o orvalho
[e a selva
— O vento erguendo a vaga, o luar doirando a
[noite,
Ou o orvalho inundando as verduras da relva —
Cheio de ti, meu ser de eflúvios impregnou-te!
Como o lilás e a terra onde nasce e floresce,
O bosque e o vendaval desgrenhando o arvoredo,
O vinho e a sede, o vinho onde tudo se esquece,
— Nós dois, de amor enchendo a noite do degredo,
Como partes dum todo, em amplexos supremos
Fundindo os corações no ardor que nos inflama,
Para sempre um ao outro, Eu e Tu, pertencemos,
Como se eu fosse o lume e tu fosses a chama...
António Feijó, in 'Sol de Inverno'
4 comentários:
A "nós"!
Amo-te
Minha querida GRAFIS, gostava de te dizer, relativamente ao teu post de 18 FEV, que percebo cada palavra tu nele escrita e o 'vazio que passa por entre o corpo' que nos fica quando nem tivémos tempo de um momento.
Eu fui assassinada duas vezes pela mesma pessoa e já devia estar habituada e não estou... Tenho saudades mas nem isso lhe posso dizer - não ouve nem lê...
Um abraço apertado e compreensivo.
Fica bem, havemos de sobreviver! :)
A vida prega-nos “partidas”…
Para mim a “partida” foi definitiva. Todos havemos de fazer esta grande viagem no fim do tempo que nos é dado. É difícil não poder ver, falar, abraçar, beijar nunca mais quem nos partiu.
Para ti, julguei que não fosse haver mais “partidas”. Lamento...
Um abraço forte piquena.
BJ GR
Lamento profundamente a noticia. É triste, muito porque é irremediável, definitiva em estado pleno. Desculpa não ter entendido a gravidade da tua perda.
Aqui te deixo um forte abraço!
PS - A minha perda tem o pesar de uma partida definitiva como se de morte se tratasse. A auséncia e o silêncio que me ficaram em tudo se lhes assemelha.
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