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A Flauta Vertebrada
A todos vocês,
que eu amei e que eu amo,
ícones guardados num coração-caverna,
como quem num banquete ergue a taça e celebra,
repleto de versos levanto meu crânio.
Penso, mais de uma vez:
seria melhor talvez
pôr-me o ponto final de um balanço.
Em todo caso
eu
hoje vou dar meu concerto de adeus.
Memória!
Convoca aos salões do cérebro
um renque inumerável de amadas.
Verte o riso de pupila em pupila,
veste a noite de núpcias passadas.
De corpo a corpo verta a alegria.
esta noite ficará na História.
Hoje executarei meus versos
na flauta de minhas próprias vértebras.
Vladimir Maiakovski
ps - não resisti a este...
3 comentários:
Mais um poema fabuloso que não conhecia. Vou usá-lo um destes dias, de não te importares.
também não conhecia (ah! Santa ignorância!!!!!)
seretonina
claro que não. usa o que quiseres.
teresa
eu tb não, até há cerca de dois meses, mais coisa menos coisa. Daniel Faria e Maiakovski - dois grandes poetas a ter como companhia.
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