Um dia saímos do trabalho, entramos no carro, ligamos o motor, e de repente estancamos.
Parece não haver lugar algum para onde ir. Porque um dia a Fé também nos falha, e nesse instante questionamos tudo, o sítio e o que floresce, o universo e o sentido de todas as coisas, dentro e fora.
Aquilo que acreditamos e queremos construir – e construímos sós, como só um louco faria.
Um dia sentimos necessidade de não ser ali, nem sentir, arrancar todas as entranhas de dentro do corpo, atirar fora o lugar onde guardamos, e adormecer.
Um dia somos pessoas fortes e outro pessoas frágeis, e a fragilidade vem não sei de onde, porque nos falta tanto.
E um dia os caminhos, que já são de si confusos, adensam-se, e num segundo conseguimos ver claro: que o caminho não nos deixa ver mais além, que a Fé assim nos há-de condenar e levar a cometer suicídio, e que a razão, sobrevivente, nos obriga a repensar o rumo.
…saí pelo mesmo portão, virando na mesma direcção, rumo ao mesmo lugar.
O dia acaba cinzento, chuvoso, e eu vou ver se me restabeleço desta momentânea falta de chão nos pés.
3 comentários:
Há dias mais densos, mais intensos, mais insanos até, mas em todos eles está a Fé oculta, a mesma que noutros dias nos sacode e nos bofeteia lembrando que é para seguir em frente, em direcção ao fim que esconde o inicio de tudo (dizem).
Um abraço daqueles fortes que te lança o meu coração...
Foi só uma vertigem... Logo, logo, chega o sonho... :)
Abraço, miúda
S-Kelly
sigamos em frente então. amanhã é um novo dia e outros virão.
Um abraço forte.
Clic
deve ter sido, resquícios de duas semanas de vertigens.
não sei o que chega logo, logo, mas eu espero que alguma coisa boa.
Abraço
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