León Ferrari, sem titulo, 2006.
Não fui margem sem outra margem onde ligar os braçosMas fui o tempo solto para entrançar os meus cabelosE o movimento dos teus pés descalçosNão fui a solidão inteira nem reclusaPara o único repouso entre o silêncioNem fui a flor exausta defendendo-seDe toda a mão que a quis despetalarNão fui a casa que a si mesma se abrigouNem a morada que nunca se acolheuMas o tempo a pedir que me deixasseNaquilo que não fui vim encontrar-meE sempre que te vi recomecei.
Daniel Faria