Poema para habitarA casa desabitada que nós somospede que a venham habitar,que lhe abram as portas e as janelase deixem passear o vento pelos corredores.Que lhe limpem os vidros da almae ponham a flutuar as cortinas do sangue– até que uma aurora simples nos visitecom o seu corpo de sol desgrenhado e quente.Até que uma flor de incêndio rompao solo das lágrimas carbonizadas e férteis.Até que as palavras de pedra que arrancamos da línguasejam aproveitadas para apedrejarmos a morte.
Albano Martins
4 comentários:
Fantástico!!!! Sem mais palavras, é mais do que sentido!
olá label, bons olhos te vejam de novo por aqui :)
...e tu sabes como as palavras são capazes de "sentir".
Um abraço.
(estamos para voltar de novo?)
Até a Natureza pede para ser revestida de folhagem e de cor. desabrochar, colorir, redecorar... algo que pressupõe mudança de estado. Urgência!
Um abraço forte
E naturalmente nos nascem novas roupagens, e nos pintamos de novas cores, e mudamos de paisagens. Felizmente que é assim, como a Natureza, no ritmo certo da transformação.
Abraço grande.
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