O melhor plano para nos afastarmos da orquestração auto-destrutiva é mantermo-nos ocupados com uma segunda paixão, material, tangível, moldável. Não deixar espaço à memória, não deixar portas abertas, não deixar a loucura entrar, não responder à provocação.
Não sucumbir à loucura de ouvir que o amor que tivemos uma certa vez foi falso. Ouvir que não acreditam em nós quando dizemos que amamos, mas nem todo o amor é possível, nem todo o amor é são.
Eu também não acreditaria.
Por vezes, para acreditarmos no absurdo, é preciso passar por ele.
Ou talvez esta certeza não seja mais que uma grande névoa que ainda encobre o que está para além do estado gasoso e imaleável dos dias, da erupção à flor de pele, da pele que arde com o sal, da dor fina e quase imperceptível.
6 comentários:
belo post, 'vizinha'! eu subscreveria por inteiro o primeiro parágrafo, aliás, acho que tenho propagandeado a mesma ideia vezes sem conta - o que não significa que alguém me leve a sério... (nem todo o amor é são!)mas é a vida!
simplesmente acho que a memória é sempre algo rico, que nos faz como somos. Deve ter todo o espaço que for preciso - mas deve ser isso mesmo:... apenas memória. bom fds.
Memória de gume afiado.
Bom fds para si tb.
Belo texto... E adorei a música...
Obrigada Carpe Diem :)
Excelente texto! Mas eu acho que esconder um grande amor com vários "amores" é muito difícil! Às vezes é preciso carpir a dor para entender o que fazer a seguir.
:)
mas eu não estou a falar de "amores" mas de paixões tangíveis, materiais, como, por exemplo, o trabalho, qd se gosta mesmo, mesmo dele, ou um hobby :)
quanto à dor, esta, basta-me e sobra-me para "carpir", atormentar, moer, mas a seu tempo...:)
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