domingo, 6 de maio de 2007

Dor

Jennifer Shaw, Leaning Trees, 2003

Silêncio.
Apagar esta dor interior que se agarra como as carraças.
Caminhar até doer, por fim o cansaço e o sono, o sangue.
Hoje lancei-me uma vez mais pelas dunas. Percorri quilómetros perdida no desespero da ordem, procurando por entre o silêncio do vento e do mar... procurando.
Pensei que adormeceria, por fim, e me esqueceria. Amanhã acordaria de um pesadelo.

Assim fosse.

8 comentários:

serotonina disse...

Acho que gostarias de ler um conto de Pedro Paixão que se chama Autobiografia, penso que descreve muito bem uma faceta dessa dor.

serotonina disse...

se não arranjares posso mandar-te por mail.

lr disse...

Caminhar faz bem, embora nem sempre se chegue a algum lado. Talvez console saber que TUDO é profundamente transitório. A dor de alma e o sofrimento são inevitáveis, mas acredito que ajuda sabermos que podemos condicionar os seu impacto.Talvez seja tolice...

GRAFIS disse...

Acho que sim... ou não... manda lá. O meu mail é fosgris@gmail.com (como é que tu consegues mandar o livro do PP por mail? Não me digas que tens os planos de impressão? :s

lr
Podemos? Como é que podemos condiciona-los?
Caminhar leva-nos pelo menos para fora de casa, arejar os pulmões e os ossos, condição essencial para não ganhar bolor, já que a dor física não nos tira grande fatia de outras dores.

:)

lr disse...

só sei que nada sei! mas arrisco: podemos tentar simplificar. e não é verdade que a dor física não ajude a ultrapassar as outras... quem já esteve às portas da morte sabe que não teve espaço de manobra para as dores morais. condicionar o impacto dessas passa pela atitude pessoal. ninguém disse que é simples, ou que há manual de instruções. não há. fazemo-lo nós, por tentativa e erro. e, prontoS, vizinha, esgotei a filosofia de borla... :)

GRAFIS disse...

Sei que é assim mas eu não estou, nem quero estar, propriamente, às portas da morte.
Trabalho e cansaço fisico... Trabalhar de sol a sol e esgotar o corpo, mas nem sempre dá resultado.
Um dia o tempo... (estou espantada com o que escrevo. A vizinha está-me a arrancar palavras. Só isso já doi)

Então agora só pagando, é?!
POde ser em açucar refinado?

lr disse...

;) pode, mas também serve mascavado. como saberá, não sou esquisita :)

GRAFIS disse...

Ah bom!
Eu cá gosto de pessoas com poucas esquisitices, principalmente vizinhas ;)
Agora, até que ia uma limonada, com muita água e gelo, a avaliar pela temperatura lá fora, hein?!