Acordei com uma música estranha no ouvido, dentro da cabeça a ecoar e a ressoar, lentamente… o calor e o refrão repetido dezenas de vezes quase me derretiam a massa cinzenta meio “chocalhada” da noite de ontem
Ontem foi um dia especial, o dia em que revelámos, apresentámos, culminámos um projecto com quase um ano de preparação, algo que metodicamente e insistentemente trabalhei e lutei, contra todo o tipo de resistências, estrategicamente, na sombra, contra os interesses individuais e particulares de alguns chicos espertos “poderosos”, até conseguir o que queria, o que é e foi pensado para beneficio de todos, desde há cerca de 6 anos atrás… ou mais.
Ontem o dia deveria ter sido “um dia especial”… um dia para sentir uma enorme satisfação, para sentir adrenalina e euforia, para sentir aquela sensação boa de se ter feito algo importante e realmente “bom”, mas a verdade é que senti… nada. Quer dizer, nada, nada… senti alguma coisa. Satisfação, sentimento de dever cumprido, senti, mas pouco mais.
Acho que me estou a tornar insensível, demasiado dura, demasiado pedra, demasiado séria, demasiado vazia ou cheia de nada.
Ultimamente só falo no vazio. Até parece que a minha vida é um buraco escuro e balofo. Não é. Mas de certa forma é uma vida de faz de conta, de equilíbrios, de conciliação de forças opostas. Se eu fosse cientista e percebesse mais de física do que percebo talvez me pudesse demonstrar que os exercícios que vou fazendo são impossíveis. Como não sou, não sei muito bem o que faço, conto apenas com um instinto trabalhado, deturpado, treinado… reajo e espero.
Diz assim “you cant always get want you want…” e não é a dos Rolling Stones. Fui procurar e descobri que existe um disparate de versões desta música. Não encontro aquela que eu continuo a ouvir aqui dentro, mesmo depois de ter passado pelo duche (onde e durante o qual gosto de pensar, concentradamente), mesmo depois de ter ido às compras e ter ouvido outras no carro e no hipermercado, mesmo depois de ter feito o almoço a ver atentamente o canal história e os noticiários, depois de me ter atirado ao trabalho, durante a elaboração deste texto…
Penso: estarei a ficar esquizofrénica? (tb era só o que me faltava).
Parece uma resposta vinda de um além longínquo a querer convencer-me de algo que já suspeitava.
Muito bem meu Pai. Já percebi a mensagem. Resta agora saber onde é que Tu queres chegar…
Ou eu.
Ontem foi um dia especial, o dia em que revelámos, apresentámos, culminámos um projecto com quase um ano de preparação, algo que metodicamente e insistentemente trabalhei e lutei, contra todo o tipo de resistências, estrategicamente, na sombra, contra os interesses individuais e particulares de alguns chicos espertos “poderosos”, até conseguir o que queria, o que é e foi pensado para beneficio de todos, desde há cerca de 6 anos atrás… ou mais.
Ontem o dia deveria ter sido “um dia especial”… um dia para sentir uma enorme satisfação, para sentir adrenalina e euforia, para sentir aquela sensação boa de se ter feito algo importante e realmente “bom”, mas a verdade é que senti… nada. Quer dizer, nada, nada… senti alguma coisa. Satisfação, sentimento de dever cumprido, senti, mas pouco mais.
Acho que me estou a tornar insensível, demasiado dura, demasiado pedra, demasiado séria, demasiado vazia ou cheia de nada.
Ultimamente só falo no vazio. Até parece que a minha vida é um buraco escuro e balofo. Não é. Mas de certa forma é uma vida de faz de conta, de equilíbrios, de conciliação de forças opostas. Se eu fosse cientista e percebesse mais de física do que percebo talvez me pudesse demonstrar que os exercícios que vou fazendo são impossíveis. Como não sou, não sei muito bem o que faço, conto apenas com um instinto trabalhado, deturpado, treinado… reajo e espero.
Diz assim “you cant always get want you want…” e não é a dos Rolling Stones. Fui procurar e descobri que existe um disparate de versões desta música. Não encontro aquela que eu continuo a ouvir aqui dentro, mesmo depois de ter passado pelo duche (onde e durante o qual gosto de pensar, concentradamente), mesmo depois de ter ido às compras e ter ouvido outras no carro e no hipermercado, mesmo depois de ter feito o almoço a ver atentamente o canal história e os noticiários, depois de me ter atirado ao trabalho, durante a elaboração deste texto…
Penso: estarei a ficar esquizofrénica? (tb era só o que me faltava).
Parece uma resposta vinda de um além longínquo a querer convencer-me de algo que já suspeitava.
Muito bem meu Pai. Já percebi a mensagem. Resta agora saber onde é que Tu queres chegar…
Ou eu.
9 comentários:
Minha Querida Grafis...está longe da Esquizofrenia...e da insensibilidade também:)
NocNoc... é o carteiro:
http://omeuespacoeteu.blogspot.com/2008/04/toca-sempre-duas-vezes.html
Beijinho
já me antecipei, vi e agradeci. obrigada, mais uma vez.
tratarei de colocar o "selo" daqui a pouco e nomear uma mão cheia de blogs amigos
ah... quanto à esquizofrenia e à insensibilidade...
não sei não...
já somos duas. não te esqueças daquela frase de Christopher McCandless "A Felicidade só é verdadeira quando partilhada"
esse comentário... bateu-me agora que nem uma marreta na tempora esquerda... eu sei.
mas sabes, a questão é que eu não sou muito normal, a minha vida não é, de todo, normal, e talvez tenha paixão por coisas que não são normais, por quase tudo menos pelo amor.
não que não tenha paixão pelo amor, mas o meu amor não funciona, plenamente, a paixão não funciona se outras coisas não funcionarem.
partilha significa de tudo. mas há quem não queira ou não saiba acercar-se de tudo, especialmente quando não se partilha das nossas paixões, não se quer saber da felicidade que encontramos nestas e em todas as coisas, quando os nossos sentimentos, as nossas frustrações, as nossas lutas e vitórias, ou derrotas, não são importantes, porque o tempo é pouco, a vida é madrasta e não é o que se quer. não condeno. somos como somos e eu sempre fiz um esforço por acreditar nisso e vou conseguindo sentir isso.
mas eu quero essas coisas todas, eu preciso dessas coisas todas, eu não consigo viver sem essas coisas todas (nada material que esse campo não me interessa). assim, este conflito só me trás infelicidade, momentos, daí, talvez, que eu não consiga ter tudo o que quero. não tenho, pelo menos uma fatia importante.
nós somos o coração, as artérias e todos os vasos comunicantes, não somos apenas a máquina poderosa que bombeia os fluidos…
por outro lado, eu não sou suficiente ao outro… não era, não sou, não serei, não sei.
Tb não me sou suficiente e falta-me o outro bocado que já era de mim. foi nesse que ficou toda a minha sensibilidade, que eu tb já me encarreguei de partir e despedaçar...
queira Deus que eu seja como as sardaniscas: quando perdem a cauda, cresce-lhes outra. com tempo.
falo demais. tenho muita coisa atravessada na garganta. perdoa-me o desabafo. faz-me bem saber que alguém me lê. neste caso, leu a fundo. é tão mais fácil escrever assim quando somos apenas um punhado de letras sem rosto. sempre é menos doloroso que umas sessões de psicanálise :)
Bj
"falo demais. tenho muita coisa atravessada na garganta. perdoa-me o desabafo. faz-me bem saber que alguém me lê. neste caso, leu a fundo. é tão mais fácil escrever assim quando somos apenas um punhado de letras sem rosto. sempre é menos doloroso que umas sessões de psicanálise :)"
É verdade, e é um bom caminho.
Uma dia mais colorido do que o que está lá fora :)
e já agora mais quente e solarengo :)
obrigada.
igualmente.
Mas também há uma outra verdade que diz que "Não há pior solidão que aquela que é partilhada".
estas encruzilhadas não deixam de nos surpreender e de nos desarmar...
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