Iniciar mais um ano, além do ritual de inicio de novo calendário, do recomeço de processos, significa muitas vezes também, sentir desejo de iniciar um tempo novo, uma vida nova, cortando os fios que nos ligam aos dias antes, ignorando, ingenuamente, a linearidade e sequencialidade de tudo.
O desejo não tem de estar sujeito à razão, e não está, creio, e se eu deixar de ser pragmática, apenas que seja por uma hora, talvez me permita sentir o desejo de cortar os fios, reduzi-los a cinzas e avançar, deixando atrás de mim a fogueira consumindo-se, extinguindo-se, espraiando-se em pó.
O pragmatismo também nos permite discernir, analisar, contornar obstáculos, emendar caminhos, permite-nos resgatar de uma vida de imperfeição e impossibilidades.
Poderá ser então que o desejo seja o motor que nos impele à força para caminhar e o fogo um ritual de catarse e de excreção da frustração.
Não é muito mau não ter coisa alguma, não ter para onde se vai, não ter onde chegar.
E é muito bom estar aqui e ter amanhã para viver.
O desejo não tem de estar sujeito à razão, e não está, creio, e se eu deixar de ser pragmática, apenas que seja por uma hora, talvez me permita sentir o desejo de cortar os fios, reduzi-los a cinzas e avançar, deixando atrás de mim a fogueira consumindo-se, extinguindo-se, espraiando-se em pó.
O pragmatismo também nos permite discernir, analisar, contornar obstáculos, emendar caminhos, permite-nos resgatar de uma vida de imperfeição e impossibilidades.
Poderá ser então que o desejo seja o motor que nos impele à força para caminhar e o fogo um ritual de catarse e de excreção da frustração.
Não é muito mau não ter coisa alguma, não ter para onde se vai, não ter onde chegar.
E é muito bom estar aqui e ter amanhã para viver.