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sábado, 24 de maio de 2008



Eu sou vertical

mas não que não quisesse ser horizontal.
não sou árvore com minha raiz no solo
sugando minerais e amor materno
para a cada março refulgir em folha,
nem sou a beleza de um canteiro
colhendo meu quinhão de Ohs e me exibindo em cor,
desconhecendo que me despetalo em breve.
comparados a mim, uma árvore é imortal
e um pendão nada alto, embora mais assombroso,
o que eu quero é a longevidade de uma e a audácia do outro.

à luz infinitesimal das estrelas,
flores e árvores trescalam seus frios perfumes.
eu me movo entre elas, mas nenhuma me nota.
chego a pensar que pareço o mais perfeitamente
com elas quando estou dormindo -
os pensamentos esmaecem.
é mais natural para mim deitar.
céu e eu então animamos a prosa,
hei-de servir no dia em que deitar afinal:
e as árvores aí talvez em mim tocassem e as flores comigo se ocupassem.

a imagem, de um caminho, já é de hoje, do fim do dia

boa noite