terça-feira, 3 de julho de 2007

Barnett Newman - Canto XVI


Só as tuas mãos trazem os frutos.
Só elas despem a mágoa
Destes olhos, choupos meus,
Carregados de sombra e rasos de água.

Só elas são
Estrelas pendurdas nos meus dedos.
- Ó mãos da minha alma,
flores abertas aos meus segredos.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

AL - Bummmmmmmm


Silêncio

Silêncio
de salgueiro
sobre um braço de água parada,
silêncio
de nuvens imóveis,
silêncio
de caminhos intransitivos.

Solidão
de relvas de outono,
solidão
de pássaro sobre o pântano,
solidão
de datas insaciáveis.

Dor
de sol ensanguentado,
dor
de luz na penumbra,
dor
do não-vivido.

Ivan Minatti

.

.

I'm dead. inside.

.

or…
maybe not dead,
but death it self



domingo, 1 de julho de 2007

Linda Alstead - 25th April 2005 - is it a sign?


You say: Maiakovski again????
And I say: Why not?!

So... really? why not?!


O POETA-OPERÁRIO

Grita-se ao poeta:
"Queria-te ver numa fábrica!
O quê? Versos? Pura bobagem".
Talvez ninguém como nós
ponha tanto coração
no trabalho.
Eu sou uma fábrica.
E se chaminés
me faltam
talvez seja preciso
ainda mais coragem.
Sei.
Frases vazias não agradam.
Quando serrais madeira
é para fazer lenha.
E nós que somos
senão entalhadores a esculpir
a tora da cabeça humana?
Certamente que a pesca é coisa respeitável.
Atira-se a rede e quem sabe?
Pega-se um esturjão!
Mas o trabalho do poeta
é muito mais difícil.
Pescamos gente viva e não peixes.
Penoso é trabalhar nos altos-fornos
onde se tempera o ferro em brasa.
Mas pode alguém
acusar-nos de ociosos?
Nós polimos as almas
com a lixa do verso.
Quem vale mais:
o poeta ou o técnico
que produz comodidades?
Ambos!
Os corações também são motores.
A alma é poderosa força motriz.
Somos iguais.
Camaradas dentro da massa operária.
Proletários do corpo e do espírito.
Somente unidos,
somente juntos remoçaremos o mundo,
fá-lo-emos marchar num ritmo célere.
Diante da vaga de palavras
levantemos um dique!
Mãos à obra!
O trabalho é vivo e novo!
Com os oradores vazios, fora!
Moinho com eles!
Com a água de seus discursos
que façam mover-se a mó!

Vladimir Maiakovski

Pois é...! Cada um vai como pode, como sabe, e cada um chega somo melhor souber, poder, conseguir. Importante mesmo é chegar, inteira, e reconhecer que a diversidade e a autenticidade nos torna mais ricas e mais fortes. Reconhecer que independentemente daqueles que nos querem "normalizar" e fazer crer que somos "impróprias", importante é lutar contra aquilo que nos querem fazer crer que devemos ser.
E enfim... por aí fora. Dá para perceber a mensagem, certo?!