segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Blinky Palermo, sem nome, 1970.

É doce morrer no mar
nas ondas verdes do mar
...
A noite que ele não veio foi
foi de tristeza para mim
saveiro voltou sozinho
triste noite foi para mim

saveiro partiu de noite e foi
madrugada não voltou
o marinheiro bonito
sereia do mar levou

nas ondas verdes do mar meu bem
ele se foi afogar
fez sua cama de noivo
no colo de Iemanjá

É doce morrer no mar
nas ondas verdes do mar

Uma música nova para sacudir o estaminé, já que os tempos não estão para outra coisa.
Embora longe do candomblé e da ideia poética de morrer nas ondas do mar (sejam elas verdes ou azuis), afastando o pragmatismo para um canto, sinto a poeticidade sublime deste texto, a lembrar o fado.
Porque a tristeza também é bela e em momentos como estes pode serenar-nos.
É por tudo isto que sinto e não sei explicar que gostava de ser poeta, mas a minha veia artística secou cedo, definitivamente, e o meu jeito para as palavras nunca foi grande espingarda.
Ou então fui eu que sequei, como o bacalhau.
Também pode ter sido…
um mergulho então até que nem ia mal.

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