domingo, 5 de abril de 2009


Thomas Patti, Clear Lumina with Azurlite, 1992.


Sereno agora, fim de dia.
Ocorre-me que há uma certa riqueza inquantificável e inalienável que me transborda e me preenche os dias e os bolsos do coração. Uma riqueza que se dá e recebe sem olhar ao quanto damos e recebemos, pois pudera que conseguíssemos dar tanto quanto temos: os amigos.
Os amigos são pessoas grandes que nos escolhem, nos acolhem dentro das casas que eles são, que simplesmente nos abraçam e nos gostam, nos querem felizes. Talvez este seja o mais intenso e puro laço que o Homem pode criar, e ser um pouco deus. O sentimento mais sublime, mais transparente, a forma de amar mais verdadeira, sem compromisso, sem barreiras, sem contextos, sem condição ou pré-condição. Aquele que pudemos dar, receber e sentir tantas vezes quantas quisermos, dependendo do número de pessoas que guardarmos dentro. Algo que não se sabe explicar bem, pois há palavras que ainda não sabem dizer da grandeza de certas coisas, borboletas, da riqueza que cada um de guarda.
Amigos guardam-se no peito, abraçados pelos braços do coração, fortes, seguros e firmes.
E depois de um dia entre amigos eu sei, sinto, mais uma vez, que sou grande e quero continuar a ser tão grande e generosa como aqueles que guardo cá dentro.
Embora certas grandes pessoas não tenham estado comigo durante as últimas 24h, eu estive lá, em pensamento, e sei que elas estiveram aqui para sentir os laços fortalecer.

2 comentários:

S-Kelly disse...

Tão lindo ler:"Amigos guardam-se no peito abraçados pelos braços do coração...". Gosto desta imagem do coração. Deixa de lado a imagem daquele a que, inevitavelmente, acusamos a fragilidade dos nossos pulsares e sentimentos. Afinal, o coração também abraça, e nem sempre só palpita.
Um abraço forte que te manda o meu coração :-)

GRAFIS disse...

O coração é grande, e nele cabem todas as coisas. Um coração é como uma casa. Se demasiado vazia, enche-se de correntes de ar, que gelam, e podem matar. Daí a importância de o manter quente e cheio, humano (frágil) e a palpitar, a bombear o sangue...
Abraço grande.