domingo, 29 de junho de 2008

.
há-de flutuar uma cidade no crepúscolo da vida

pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão

(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)

um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
.
Al Berto
.

13 comentários:

Anônimo disse...

q triste este poema...

GRAFIS disse...

pode ser que flutue "uma cidade no crepúscolo da vida, pensava eu..."
...pode ser.
assim, será triste se deixarmos que isso aconteça
porque "...as your last breath begins, you find your demon's your best friend, and we all get it, in
the end..."
e assim mais vale repensar certos caminhos e talvez seja melhor não ficar à espera que a felicidade caia do céu, que more lá longe, no que há-de vir, porque por fim, tem de haver discernimento para levar a vida por diante... :)
ao ouvir a música lembrei-me do Al Berto. enfim. um devaneio expresso.
mas não é triste. ainda não.
bjs

rv disse...

foquei me no " recomeço a bordar ou a dormir, tanto faz, sempre tive dúvidas q alguma vez me visite a felicidade...";

vistas assim as coisas, já entendo,impressionante como apesar dos códigos diferentes tds procuramos o mesmo, deve ser pq como digo somos feitos da mesma massa... m hoje não é um bom dia p falar...

:)

GRAFIS disse...

então outro dia melhor que este virá para conversar :)
fica bem pequena.
Bjs

serotonina disse...

Então hoje, usando a minha inspiração matinal deixei aqui um comentário e agora não aparece? hum? estranho

rv disse...

já amanheci...
os caminhos são de facto escolhas, se por um lado por vezes planamos por outras qd optamos será maioritariamente por rumos mais amadurecidos pq a reflexão ajuda nos a isso mesmo, e dp não há turning back, se houver é pq algo ficou no ar por arrumar e dá se mais uma oportunidade pq tds queremos a cidade, tds queremos renascer e encontrar quem saiba acolher a pérola,

bjs

GRAFIS disse...

serotonina
pois... não sei... não tenho cá nehum comentário. das três, uma: ou ocorreu algum erro, ou não clicaste no publicar :D (do sono) ou comentaste noutro blog... :D o que é ainda mais estranho :)
faz outro e coloca outra vez.

rv
não
não há mesmo turning's back's. há começares de novo, o que é diferente, pois a bagagem está lá, o trilho, as experiências, etc, etc, etc...
:)

serotonina disse...

vou escrever sim, mas esta manhã estou desinspirada para falar de demónios. Ontem sim, escrevi imenso, mas talvez não tenha publicado. Se calhar, ainda bem. E talvez a minha desinspiração de hoje seja bom sinal.
beijos e bom dia.

rv disse...

eu percebo q não haja espaço p o turning back pq eu funciono assim, contudo qd referi ali em cima na possibilidade de voltar atrás referia me não a mim m aos q mts vezes teem essa necessidade, e eu como amiga não vou dizer I told you so( embora até possa pensar) m esperar q me procurem p ouvir... pq segundo consta parece q tenho jeito p isso( deve ser o facto de trabalhar c os miudos q de alguma forma me dá essa bagagem... a saber estar... e em silêncio);
acho q é p isso q os amigos servem, m tv qd fôr crescida me expliquem o pq de isso não funcionar assim de uma forma tão natural nos adultos ;)

bjs

GRAFIS disse...

serotonina
se é bom sinal, que seja assim então :)
é sinal que os demónios se vão ausentando, ou sinal ainda que aprendemos a viver com eles.
bjs

RV
às vezes, se não experimentarmos recomeçar, nunca saberemos… ainda que correndo o risco de nos dizermos a nós pp "I told you so"... e todos nós sabemos como é que é enquanto há esperança…
os amigos servem para todas as ocasiões, mesmo para nos puxar as orelhas e dizer aquilo que já sabemos, não queremos saber, ou não conseguimos discernir, mesmo correndo o risco de ter de dizer/ouvir "I told you so"... porque nem todos os memoentos são momentos para ficar em silêncio…
acho eu, mas enfim…
:)
Bjs

Anônimo disse...

claro q servem tb p puxar as orelhas se assim não fosse então n tinhamos passado dos cinco anos;
a questão é q qd já partilhámos o q pensávamos n há nada mais a fazer do q deixar o outro fazer o seu caminho p chegar ás suas pp conclusões daí eu dizer q nessas alturas(ainda q pense) só posso estar p ouvir e levar a questionar de uma forma indirecta;
é o q se aprende em psicoterapia, alguém q de fora nos leva a questionar p chegarmos ás nossas pp conclusões... leva tempo e o processo pode ser doloroso, m assim q o mm é enfrentado o novelo vai se desenrolando e qd dás por ti os teus sentidos estão de novo apurados!

é sp de dentro... p fora!

q som tão sem palavras
(creio q o ouvi já em algum filme)

:), Bom dia!

GRAFIS disse...

:)
tá bem...
som sem palavras... na verdade, o que se pretendia deste som era a sobreposição de tudo, das palavras também, já que era suposto senti-la quase como a uma mobilia, enquanto objecto utilitário e não como criação artística... por aí...
quanto ao filme, não sei se foi alguma vez utilizada para banda sonora.
boa noite (quase)

rv disse...

pois conseguiste pq ao te dizer "som sem palavras" estava exactamente a querer dizer q n havia palavras p a mm, q ela subsiste por si própria e é profundamente bonita