quarta-feira, 11 de março de 2009

M.C. Escher - Relativity



Entre teimosia e estupidez vai uma grande distância, mas desta vez, estupidez com as letras todas, sílaba a sílaba.
Eu e a minha mania da responsabilidade social para com os desgraçados que trabalham connosco, mais a responsabilidade acrescida daqueles que têm maior poder decisório, porque com mais poder vem mais responsabilidade e nós temos o dever de nos preocupar e debruçar sobre os problemas das pessoas, o dever de os resolver em vez de “chutarmos para canto”… este foi o meu discurso há 5 meses atrás quando tomei a decisão de puxar para a minha beira uma funcionária que há anos, entre os “diz que disse” e os factos consumados, e os pontapés de serviço em serviço, o mais recôndito possível, tinha, é certo, no mínimo, um grande problema/distúrbio psicológico.

E assim, no primeiro dia das minhas novas funções o meu primeiro problema foi: - o que fazer com aquela criatura? com um historial que tem quase de tudo.
Pois esta cabeça iluminada “embicou” que havia de resolver o problema… porque temos de integrar estas pessoas em vez de os “segregar”e coisa e tal, dar-lhes uma segunda oportunidade, uma que nunca tiveram e que a sociedade nunca lhes deu, porque o que as pessoas precisam de sentir é que fazem parte da sociedade e a pouco e pouco vão-se adaptando, para melhor…

Já aqui... junte-se uma pessoa desequilibrada, com uma grande falta de educação, falta de respeito pelo outro e com uma personalidade forte, com outra, com uma estrutura emocional e psicológica débil, uma personalidade muito fraca e submissa, e garanto que é uma das misturas mais explosivas que conheço, para os outros ,especialmente aqueles com alguma sanidade mental. É tipo o homem maléfico e a máquina demolidora.

Cinco meses depois, e depois de muita confusão, um local de trabalho agradável, onde as pessoas sempre se trataram com respeito e cordialidade está agora à beira de um ataque de nervos, e quando não, à beira de uma baixa psiquiatria em massa, por depressão.

E assim, hoje fiz a minha primeira transferência “à lá minute” ou “à má fila”, uma "segregação" instantânea que me deixa envergonhada.
Para trás ficam os escombros de uma catástrofe que não chegou a acontecer (mas esteve quase). Por pura estupidez, ignorância e infantilidade.
Pensar que se pode mudar uma pessoa com 50 anos, psicótica, proporcionando-lhe um ambiente de trabalho saudável e cordial...

Resta-me segurar o que ficou de pé e mimar aquela gente, rezar para que a coisa volte ao normal em pouco tempo, e o resto do problema, com uma ponta de estupidez, porque a criatura continua a ser um problema, agora, onde está, com menos efeito de contaminação, mas ainda assim um problema na mão…
Por um lado não quero "descartar-me" mas por outro parece não haver alternativa senão "descartar-me"...
Dias dificeis.

3 comentários:

no terrace disse...

Não te descartaste. Fizeste. E se a pessoa não quiser mudar?....

no terrace disse...

Esqueci-me há bocadinho... Bela musiquinha :)...

GRAFIS disse...

...ele há um sem número de aspectos a ter em conta, mas sim, se a pessoa não queiser ou não sentir necessidade de mudar não há nada a fazer. Pode até nem saber como e se calhar já estou a ser como muita gente que desprezo, que julga saber o que é melhor para a vida dos outros, certo?!
Não deixa de ser um problema menos dificil por tudo isto. Logo se vê. Há-de aparecer uma solução.

A música é lindissima. Tihna o CD por aqui perdido e antes de ontem reciclei-o. Primeira musica e fica-me no ouvido.

Já há cervejolas no frigo? Eu vou levar uma palete, senão estragam-se por aqui. Ganham bafio e bolor... :) até mais logo.
bjs